Temos pena, não é?

O lamento de um cibernauta no Facebook:

Fechou a Casa Chineza.
Fechou a livraria Ferin.
Fechou a Casa Senna, a chapelaria Lord.
Fechou o Bota Alta, restaurante do Variações.
Vai fechar A Vida Portuguesa.
Felizmente irá abrir mais um hotel, uma souvenir shop ou um franchise de donuts recheados com queijo da serra e pepitas de chocolate.
Não restará tradição, património e memória na Baixa de Lisboa, apenas liquidação total, é como se a terra voltasse a tremer e o tsunami da modernidade levasse tudo à frente.

Aposto que este estimado cibernauta não punha os costados na Casa Chineza, na livraria Ferin, na Casa Senna ou no Bota Alta há anos. Aposto que frequentava aquelas pastelarias trendy, super orgânicas, repletas de casais lindos com filhos lindos. Aposto que comprava os super sustentáveis ténis Veja, em cuja feitura jamais participaram mãozinhas sub-18, no ônelaine. Aposto que nunca terá entrado na chapelaria Lord: usará um daqueles beanie hats feitos a partir de cânhamo, comprados num mercadinho obscuro numa daquelas zonas ex-decadentes da cidade, para onde convergem, agora, os voluntários da salvação.

Atenção: nada contra. Só que há lamentos que fedem.

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