Devo ser dos raros portugueses que ficou mais ou menos indiferente ao processo de referendo no Reino Unido. Abstive-me de dar palpites e de entrar na animadíssima roda de papalvos que entendeu dar indicações ao povo britânico sobre como deveria votar e vociferar contra os que discordavam das suas orientações. Por duas ordens de razão. A primeira: não sou britânico. A segunda: não sou ninguém.
Se fosse britânico, provavelmente teria votado «remain». Mas isso interessa coisa nenhuma.
O resultado foi, entretanto, conhecido. Os britânicos votaram, maioritariamente, no «leave». Uma escolha feita em liberdade, de forma democrática e expressiva. Como é, aliás, um hábito naquelas paragens há uns aninhos (centenas, acho).
Em Portugal começaram, entretanto, os desmaios, o histerismo e o particular desconforto de algumas alminhas para quem o voto popular é muito aborrecido e desagradável quando o resultado lhes é «antipático».
O Dr. Rui Tavares, por exemplo, está que não pode. É com grande expectativa que se espera, a todo o momento, a reacção oficial do partido Livre.
I can hardly wait.