Obrigado, Edgardo

Edgardo Pacheco, crítico gastronómico do Financial Times (não é nada: é da CMTV), chamou a atenção do óbvio: «a maioria das pessoas [burras!] acha que o azeite é todo igual; o mesmo azeite que usam para temperar uma pescada serve para temperar um cabrito ou serve para temperar uma  mousse» (sic). E acrescenta: «ainda temos um problema mais grave do que esse [não acredito!]: usar o azeite para refogar e depois o mesmo azeite para temperar.» Conclusão: «isto é errado!»

Edgardo Pacheco pôs o dedo na ferida com a frontalidade de uma bola de algodão saturada de álcool 96% vol. (e não essa mariquice da clorexidina.) E fez-me voltar atrás no tempo, como o crítico gastronómico Anton Ego, depois de uma primeira colherada numa ratatoulle supimpa. A um tempo em que contemplava a minha avó Francisca na sua cozinha, rodeada de utensílios vetustos, galinhas degoladas, enchidos não normalizados, ervas aromáticas, facas do Joaquim Franzina e, claro está, quatro frascos distintos com azeite, onde estavam inscritas as directrizes: «pêxe», «chicha», «muce» e «móveis».

O Edgardo sabe muito.

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